Dra. Karine Cunha

A confusão mental pode ocorrer em decorrência de vários fatores: predisposição genética, fatores estressores episódicos ou persistentes, doenças clínicas, consumo de substância psicoativas etc. Sua manifestação pode ser muito diversa e causar bastante sofrimento. 

Mudanças no humor, alterações de pensamento, de atenção e de personalidade são alguns exemplos de perturbações psíquicas. Dentre as manifestações possíveis decorrentes dessas perturbações está a alucinação. Vamos entender um pouco melhor tal fenômeno e seu tratamento. 

Alucinação: O que é?

As sensações do corpo humano e a consciência dessas sensações permitem o conhecimento do mundo. Em algumas situações podem acontecer alterações na sensopercepção, ou seja, deformações na recepção e no processo de consciência dos estímulos que chegam ao organismo.

Percepções deformadas de objetos e seres podem ocorrer em nosso cotidiano por alterações na consciência, quadros de fadiga ou forte falta de atenção. Dentre as alterações na qualidade da sensopercepção, está a alucinação.

Em um quadro de alucinação, uma pessoa passa a perceber um objeto, sem que ele esteja realmente presente, ou seja, sem o estímulo sensorial. Em outras palavras, a pessoa pode acreditar e ter a experiência de ver, ouvir ou sentir alguma coisa que não existe em determinada situação.

Quais os tipos e suas características?

Alucinações podem ser:

– Auditivas: quando alguém escuta vozes sem que ninguém esteja falando, geralmente, com conteúdo depreciativo e/ou de perseguição, ou mesmo conteúdo de grandeza;

– Visuais: a pessoa pode ver figuras e imagens, partes de corpos ou objetos que não estão presentes;

– Táteis: refere-se a sensações incomuns e irreais de toques no corpo;

– Olfativas ou gustativas: sensação de odores e/ou sabores estranhos;

– Cinestésicas: referem-se a sensações alteradas de movimento de partes do corpo;

– Cenestésicas: a pessoa tem sensações anormais nos órgãos do corpo.

Alucinação ou delírio? Saiba as diferenças

Como vimos, uma alucinação refere-se a uma experiência alterada da sensopercepção. O delírio, por sua vez, constitui uma alteração do pensamento. Nesse último caso, trata-se de  um distúrbio no julgamento de realidade Uma pessoa em estado delirante tem convicção absoluta de uma  idéia que não é verdadeira e que não é compartilhada entre outras pessoas saudáveis, e em geral, o conteúdo do pensamento não é algo possível. Trata-se, portanto, de uma falsa crença baseada em uma interpretação incorreta da realidade. Podemos citar como exemplos a crença de estar sendo perseguido, filmado ou controlado por uma outra pessoa.

Quais as causas de uma alucinação?

A alucinação é uma manifestação psicopatológica, ou seja, um distúrbio na vida mental de alguém, como discutimos nos tópicos acima.

Esse fenômeno costuma ocorrer na esquizofrenia, nos transtornos de humor, na depressão grave, em decorrência de quadros de alcoolismo, nos transtornos de personalidade, em alguns quadros de distúrbios neurológicos (como as doenças de Parkinson e de Alzheimer) ou de intoxicação por substâncias alucinógenas, bem como outras condições médicas gerais.

Como identificar um tratamento?

O tratamento para tal manifestação passa primeiro por um diagnóstico diferencial, realizado pelo profissional da psiquiatria, para que seja possível identificar se o quadro está associado a condições neurológicas, uso de substâncias, alterações no humor ou transtornos psicóticos.

O uso de medicamentos específicos (em geral, os antipsicóticos, os estabilizadores de humor ou antidepressivos, dependendo do caso) pode ser recomendado por profissionais da área da Saúde Mental, em especial, o psiquiatra. As condições médicas gerais do aparelho sensório também devem ser avaliadas.

Como a alucinação compromete o discernimento da pessoa em sofrimento, é importante a presença de familiares para auxiliar na continuidade do tratamento. Além disso, é preciso seguir as instruções médicas.

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