Dra. Karine Cunha

A esquizofrenia é uma doença muito estigmatizada, que ainda gera muitos mitos ligados a ela. Com sintomas, no início, pouco perceptíveis, pode demorar a começar a ser tratada, gerando sofrimento para quem a porta.

Para evitar essas consequências negativas, a informação é a melhor aliada. Aproveite, então, para saber mais sobre essa doença: os sintomas, o tratamento, os fatores de risco e a melhor maneira de ajudar o paciente. Acompanhe!

O que é a esquizofrenia?

A esquizofrenia é um distúrbio psiquiátrico, em que o portador perde o contato com a realidade, sendo impossível para ele diferenciar o que é real e o que é parte da doença. Cerca de 2,5 milhões de brasileiros sofrem com a esquizofrenia atualmente.

Quais são os sintomas?

Por mais que o imaginário popular enxergue o esquizofrênico como apenas alguém que “vê coisas”, o espectro de sintomas é muito mais complexo, variando de caso a caso. Geralmente, o esquizofrênico experimenta dois tipos de sintomas diferentes, os produtivos e os negativos.

Sintomas produtivos

Entre os sintomas produtivos está o delírio, que se caracteriza por uma visão distorcida da realidade, mesmo diante de evidências ao contrário. O mais comum é o persecutório: o portador acredita que está sendo perseguido, que há uma conspiração contra ele.

Outro sintoma positivo muito comum é a alucinação, que independe da realidade para existir. Ou seja, ouvir vozes que não são reais, ver pessoas ou objetos que não existem.

Sintomas negativos

Os sintomas negativos de esquizofrenia são menos conhecidos pelo senso comum, mas são igualmente graves para o paciente. Entre eles estão a diminuição da motivação até para fazer coisas simples — como trabalhar e levantar da cama —, e a redução da expressão emocional, como parar de responder ou se expressar, manter o olhar perdido e diminuir drasticamente a interação com as pessoas ao redor.

Quais são os tipos existentes?

A esquizofrenia é uma doença complexa, que pode afetar de diferentes formas os seus portadores. Confira os diferentes tipos:

  • simples: o paciente perde interesse no convívio social, prefere o isolamento e fica insensível a emoções e afetos;
  • paranoide: nesse tipo de esquizofrenia, o portador se vê como a vítima de uma grande conspiração, tem a fala confusa, tende ao isolamento social e as alucinações auditivas estão quase sempre presentes;
  • desorganizada: caracteriza-se por pensamentos desorganizados, fala sem nexo e respostas emocionais descabidas;
  • catatônica: o paciente fica apático e mantém-se imóvel por longos períodos;
  • residual: estágio crônico da esquizofrenia, em que predominam os sintomas negativos por, pelo menos, um ano;
  • indiferenciada: esquizofrenia que não é enquadrada em nenhum dos tipos anteriores, mas apresentam sintomas comuns aos outros quadros.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico deve ser feito por psiquiatras a partir do contato com o paciente e a identificação dos sintomas. Não há exames clínicos que possam comprovar a existência da esquizofrenia, mas estes são usados para excluir outras doenças com sintomas parecidos.

Como tratar?

O tratamento é feito por meio de remédios e terapia, que procura integrar o indivíduo novamente ao convívio social e restabelecer sua autonomia.

Qual é a evolução do processo esquizofrênico?

A evolução da esquizofrenia é única em cada paciente, alguns podem ter apenas uma crise e passarem anos sem que a doença se manifeste novamente, já outros podem ter surtos em espaços de tempo mais curtos.

O que geralmente ocorre é que os sintomas negativos, como apatia e o isolamento, se manifestem primeiro, evoluindo depois para as crises mais intensas da doença e gerando consequências graves, quando o problema não é tratado.

Entre os impactos negativos que podem acontecer na vida do paciente, estão:

  • tentativas de suicídio;
  • abuso de drogas;
  • depressão;
  • ansiedade;
  • isolamento social;
  • incapacidade de trabalhar;
  • falta de autonomia;
  • agressividade.

Quais são os fatores de risco?

A predisposição genética é um dos principais fatores de risco: filhos de portadores têm 15% mais chance de desenvolver a doença ao longo da vida, sendo mais comum que se manifeste na adolescência, no caso dos homens, e entre 25 a 35 anos, no caso das mulheres.

Mas há também fatores ambientais, como desnutrição antes do nascimento, estresse, problemas na saúde da progenitora durante a gestação, complicações no parto e traumas durante a primeira infância. Geralmente é a união dos fatores genéticos e ambientais que causa a esquizofrenia.

Como lidar com um portador de esquizofrenia?

A ajuda da família é fundamental para o tratamento do portador de esquizofrenia. Por mais que seja difícil, é preciso compreensão, evitar respostas como “isso é apenas coisa da sua cabeça” e muita paciência para ajudar o paciente a recuperar-se e reintegrar-se ao convívio social saudável.

E então? Conhece alguém que possa estar sofrendo de esquizofrenia? Gostaria de conversar a respeito? Entre em contato conosco!

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