Dra. Karine Cunha

Descobertas científicas são essenciais para o avanço da medicina e o desenvolvimento de novos tratamentos. Uma nova terapia obtida por meio da tecnologia é a estimulação magnética transcraniana (EMT).

Em linhas gerais, o primeiro equipamento de EMT foi criado no Reino Unido em 1975. Porém, foi somente em 1992 que a terapia começou a ser utilizada como tratamento para a depressão — segundo a OPAS, a doença afeta mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades e é a principal causa de incapacitação em todo o mundo.

Além de acarretar alguns efeitos colaterais, o tratamento com medicamentos antidepressivos pode não funcionar para todas as pessoas. É para esses casos que a estimulação magnética transcraniana tem se mostrado uma ótima alternativa.

Preparamos este post para que você conheça essa inovação da ciência médica. Continue a leitura e saiba mais!

O que é a EMT?

É um procedimento médico que pode ser utilizado para tratamento de depressão, dor crônica, alucinações auditivas (presentes na esquizofrenia), recuperação de AVC, ansiedade, doença de Parkinson, transtorno bipolar, TOC, entre outros distúrbios.

A técnica utiliza impulsos elétricos e magnéticos para estimular ou inibir certas partes do cérebro para que ele retorne ao funcionamento normal. Cada caso é estudado individualmente de modo que os estímulos sejam colocados no lugar correto, com intensidade e tempo adequados.

As contraindicações se restringem à presença de peças metálicas que não podem ser removidas, como balas, implantes e tatuagens com pigmentos metálicos, principalmente na região da cabeça e do pescoço.

Como funciona a estimulação magnética transcraniana?

Primeiramente, é necessário consultar um especialista, verificar se seu caso pode ser resolvido pela EMT e traçar um plano de tratamento que determinará intensidade, duração, frequência e localização da aplicação.

Nas sessões de estimulação magnética transcraniana, o paciente utiliza uma touca individual identificada. Geralmente são necessárias 3 sessões semanais de 30 minutos, mas cada caso é avaliado individualmente para determinar o tempo total de tratamento. O bom é que a internação não é necessária.

Quais são os benefícios para pacientes depressivos?

Favorece o bem-estar

A depressão é causada por uma disfunção cerebral na produção de substâncias químicas e na formação de novas conexões neuronais. Quando adequadamente localizada, a estimulação magnética transcraniana leva o cérebro a produzir neurotransmissores importantes, como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina. Dessa maneira, devolve a sensação de bem-estar perdida.

É totalmente individualizada, segura e não invasiva

Além de ser uma terapia que não necessita de anestesia ou de intervenção cirúrgica, não causar dor e ser muito segura, a EMT é definida individualmente para cada paciente. Nas primeiras consultas, um mapeamento cerebral individual é feito para só então intensidade, tempo de exposição e frequência do tratamento serem definidos, ou seja, é um tratamento feito sob medida.

Apresenta efeitos colaterais mínimos

Ao contrário dos antidepressivos orais, a estimulação magnética transcraniana apresenta efeitos colaterais praticamente inexistentes. O risco de convulsão foi discutido, mas é muito baixo. No máximo pode ocorrer uma dor de cabeça leve e passageira facilmente controlada por analgésicos. O paciente que está sob medicação para depressão não precisa interromper o tratamento para se submeter à EMT, e a redução da dosagem pode ser feita gradualmente.

Oferece resultados por períodos duradouros

Depois de 6 meses após o término da EMT, 8 em cada 10 pessoas se mantiveram sem recaída, medicação ou outra sessão de estimulação magnética, o que mostra um tempo de tratamento até 8 vezes menor que o tradicional.

Uma pesquisa feita em Brasília com pacientes de difícil tratamento demonstrou uma melhora contínua em 6 das 10 pessoas submetidas à técnica. Lembre-se de que são pessoas que não puderam ser tratadas de maneira convencional.

A EMT é encontrada com facilidade como uma opção de tratamento?

Desde 2001, o Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo, possui um setor dedicado à EMT. Contudo, como é necessário o equipamento e uma alta especialização para administrá-lo, apenas clínicas avançadas em tecnologia e médicos especializados a possuem como opção de tratamento.

Então, gostou de aprender mais sobre a estimulação magnética transcraniana? Ainda tem dúvidas sobre o assunto? Se acredita que esse tratamento pode ajudar você de alguma maneira, entre em contato conosco!

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